segunda-feira, 14 de junho de 2021

Grito

Calunio seu corpo
Ao longo de gestos
Expressões
Interjeições sem medida
Porque os sons,
A palavra exata
Não há como relatar o sexo.
Liberta dos grilhões hipócritas
Dos que em riste apontam
Se escandalizariam quando
Ao ouvido
Soletrando em sussurros:
És minha puta!
Angustiosamente erótica
Sempre disposta
Ao abrir das coxas
Vulnerável seu jardim regado
Molhado
E ao penetrar - te
Engole a vara dura
Com volúpia
O rosto é oferecido a tapas,
Violência?
Puro carinho que ao nirvana já escancara! 
A reafirmar com o corpo
Com os calafrios
Os bicos dos seios endurecidos
A clamar mordidas, sugadas
Voraz,
Prendedor a ornar
Num momento inesquecível
E brota  as palavras de pura inocência:
Toma sua puta!
Gritos são impossíveis conter 
Uivos, incontroláveis
A escorrer ou jorrando 
Queimando o seu ventre!
E pode gritar  
Sem medo de errar 
Que és a minha
Adorável e deliciosa
Puta!

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